Jean Piaget - Desenvolvimento cognitivo das crianças

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     Até Rosseau no século XVIII, a infância não era perspectivada como um período de desenvolvimento diferenciado com especificidade própria, as crianças eram vistas como adultos em miniatura. Esta ideologia foi sendo contrastada com diversas concepções sobre o desenvolvimento que demonstram que o ser humano está em permanente evolução ou seja, desenvolvimento. O desenvolvimento envolve vários factores: biológicos, cognitivos, motores, morais, emocionais, linguísticos, afectivos e sociais.    
      O psicólogo suíço
Jean Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo das crianças, permitindo conhecer e compreender o desenvolvimento do pensamento humano: a sua estrutura, natureza e evolução. A sua teoria é construtivista, na medida em que as estruturas do pensamento são produto de uma construção activa em que o sujeito age e interage com o meio. Segundo Piaget o desenvolvimento individual é fruto de factores biológicos, de experiências do mundo físico e da transmissão social.      
       Piaget desenvolveu uma teoria cognitiva descrita em quatro estádios, sendo que cada um é um sistema com formas próprias de adaptação ao meio, caracterizados por uma estrutura própria, uma ordem de sucessão constante (embora possa haver diferenças cronológicas) e por uma evolução integrativa, visto que os estádios apresentam uma sequência regular, pois são sequenciais.
    
        Piaget determina que uma criança entre os 2 e 3 anos encontra-se no estádio Pré – Operatório (dos 2 aos 7anos), mas mais propriamente no subestádio do pensamento pré-conceptual ou de exercício da função simbólica, em que a criança representa objectos ou acções por símbolos através da imagem mental, da linguagem, do desenho e do jogo simbólico. A criança já não depende apenas das suas sensações e movimentos, sendo que já consegue distinguir o significado do significante. 
       
         A característica principal deste estádio é o egocentrismo definido como um entendimento pessoal de que o mundo foi criado para a própria criança e pela incapacidade de compreender as relações entre as coisas e outros pontos de vista. Neste estádio domina ainda o pensamento mágico assente no animismo, artificialismo conjugado ao realismo.



Caracterização do Grupo

       As informações sobre o grupo foram recolhidas através de um questionário, de uma observação contínua e junto das educadoras cooperantes.

      Deste modo, foi realizado um questionário aos pais (doc1) das crianças com o intuito de conhecer melhor o meio social e familiar da criança, bem como o seu desenvolvimento. Através do questionário aferimos a vários critérios relativamente às crianças em particular e sobre os dados sócio demográficos dos pais. É de salientar que não conseguimos realizar um questionário, pois a criança estava a cargo de uma assistente social que não podia divulgar certas informações. Mas conseguimos recolher informação suficiente que nos permitiu conhecer o perfil da criança. 

      O grupo é composto por 7 crianças, com idades compreendidas entre os 2 e os 3 anos de idade. Este grupo é constituído por 5 elementos do sexo feminino e 2 do sexo masculino. É de salientar que uma das crianças possui necessidades educativas especiais.
     Em relação à nacionalidade, de um modo geral as crianças são de nacionalidade portuguesa com duas excepções de crianças filhas de pais franceses. Foi neste contexto que pedimos a colaboração de uma colega, para efectuar a tradução do questionário para a lingua francesa, possibilitando deste modo a participação dos encarregados de educação das duas crianças.
       Em relação ao grupo, as crianças gostam de actividades ligadas à expressão plástica e motora. Interessam-se por ouvir contar histórias, jogos com movimento e de cantar. São naturalmente irrequietas, mas conseguem estar sentadas quando a actividade lhes desperta interesse.
Os mais novos têm dificuldades em cumprir regras e limites estabelecidos surgindo, por vezes conflitos, na base dos quais está a posse de determinados materiais, conflitos estes que são resolvidos na maior parte com a intervenção do adulto.
        No que se refere ao controle dos esfíncteres, este ainda não é total no grupo, algumas crianças estão ainda na fase inicial do controle dos mesmos. Quanto às refeições, algumas crianças já possuem uma certa autonomia, mas outras necessitam ainda da ajuda do adulto. O trabalho com este grupo é desenvolvido pelas educadoras da sala, tendo em atenção as características de cada uma, estimulando assim uma maior autonomia, criatividade e confiança.

        Segundo o questionário (doc1) aplicado e informações recolhidas junto das educadoras, as crianças apresentam no geral, uma boa adaptação a novos ambientes e um bom relacionamento com outras crianças. No entanto, ainda apresentam dificuldade em lidar com a despedida dos pais.


 

- Dados Socio demográficos dos pais



Referências:
Monteiro, M., & Santos, M. R. (2001). Psicologia 2ª parte. Porto : porto editora.

Araújo, D. M., Mineiro, C. R., & Kozely, N. T. (1996). Convivendo Com a Pré-Escola (Teoria e prática da Educação Pré-escolar). São Paulo: Editora Ática.

http://www.piaget.org/


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